quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Entre ser e estar


O meu relógio já não funciona mais
O que será que aconteceu?
Planos mal varridos que invade meu silencio
Abusam da memória que evadi ao breu


Sonhos que as vezes eu encontro no espelho
Fabricam nostalgias que não rendem mais
Entre restos de calunias, descaso e desespero
Metamorfose entre o ser e estar

Quadros abstratos na parede do meu quarto
Apontam pra minha face que já tanto faz
Fecho os meus olhos e eu rasgo o calendário
Metamorfose entre o ser e estar

Gestos mal traçados já sucumbem ao desprezo
O que pensar sobre o que vira?
Calo-me a diante do futuro que não vejo
Pois sou metamorfose entre o ser e estar
Ela e o vento

Eu sempre soube!!!
Era ela que controlava o vento
Em dias que aparentada triste
As tempestades invadiam o céu obstruindo o brilho radiante do sol

Em dias de risos saltitantes borboletas dançavam
Numa brisa que sempre trazia paz
Era de poucas palavras
Mas suas linhas mostravam o amor pela liberdade

Conseguia absorver uma coisa que quase ninguém percebia
O falar do vento
Eram mais que dois amigos
Eram um só

A magia nos jardins
O equilíbrio daquele amor
Os sinais no céu azul
Contemplavam os seus desejos

E com preces tão sinceras que ela soltava pelo ar
Naquele dia entre as rosas
Ganhou asas do infinito
E com o vento foi morar